Escatologia - A 2ª vinda de Jesus Cristo
"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e
Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS
REIS E SENHOR DOS SENHORES" (Ap 19:11;16).
Para entendermos esse assunto, é necessário definirmos alguns termos. O termo escatologia se origina do grego eschatos, que significa último, mais o termo logia, que significa tratado, estudo ou doutrina. Escatologia é, portanto, o estudo dos eventos futuros. É também o tratado dos eventos que estão por vir. Por fim, talvez a melhor definição seja: escatologia é a doutrina das últimas coisas. Essa palavra “escatologia”, também significa o estudo do fim ou o estudo das últimas coisas, ou ainda, o estudo dos últimos dias.
Os últimos dias aludem ao período de tempo entre a primeira e a segunda vindas de Cristo Jesus ao planeta terra. Os últimos dias se iniciaram com a primeira vinda de Cristo, o qual veio na plenitude dos tempos (Gálatas 4:4), pois o tempo anterior, tempo esse chamado de dispensação da lei, já estava cumprido (Marcos 1:15; Lucas 16:16). Logo, estamos vivendo os últimos dias, os últimos tempos, o tempo do fim de todas as coisas.
Nós que somos crentes em Cristo, acreditamos que a Bíblia responde às questões básicas levantadas em todas as épocas e em todos os lugares. Entretanto, a questão que está sempre presente na mente e no coração de todos os seres humanos é a questão relacionada com o futuro. Existe um ditado popular que diz o seguinte: "O passado a
gente conta, o presente a gente curte, e o futuro a gente tenta adivinhar", parece ser a filosofia da maioria das pessoas.
Muitos cristãos protestantes reformados reconhecem que o liberalismo teológico ignora totalmente os ensinos escatológicos do próprio Jesus Cristo, colocando toda a ênfase simplesmente nos preceitos éticos do Senhor. Outras correntes filosóficas como: o racionalismo, o evolucionismo e o existencialismo filosófico, desconsideram qualquer ensino escatológico: na melhor das hipóteses, a escatologia bíblica não passa de uma utopia mitológica.
Os evangélicos em geral conservam as mesmas crenças que os demais cristãos que aceitam as Escrituras Sagradas como única e última regra infalível de fé e prática.
No entanto, o fato de crerem nessas doutrinas não significa que todos as aceitem do mesmo modo, em relação à forma como elas se cumprirão. Assim, existe uma variada divergência hermenêutica no meio protestante, com pelo menos quatro escolas de interpretação muito conhecidas: amilenista, posmilenista, premilenista, dispensacionalista.
Falarei sobre estas escolas em outro artigo. Visto que sua interpretação adequada é polêmica, portanto, podemos até não saber qual visão do milênio está correta, mas sabemos que no final tudo vai ficar bem.
Hoje, as catástrofes ao redor do mundo estão se tornando cada vez mais severas. O noticiário está cheio de histórias de pragas, pandemias, terremotos, rumores de guerras, depravação moral, escassez de alimentos, enchentes e secas. No livro de Mateus, capítulo 24, Jesus explica que nações e reinos(países) se levantarão uns contra os outros, dessa forma, Ele prediz um período de grande caos, porém, Ele mesmo informa que tudo isso é só o início (Mateus 24:6).
Estas catástrofes, entre tantas outras coisas, já estão acontecendo nos dias atuais. Porém, esses acontecimentos nos dias de hoje, nos alude a pensarmos em qual será o tempo que Jesus irá voltar? Como será a vinda do Senhor?
Vejamos o que as Escritura Sagradas afirmam: A 2ª vinda de Cristo será repentina, imprevisível, também, será um dia de trevas e não de luz para os que estiverem despreparados. Aquele dia será o grande dia do Cordeiro. Naquele dia Ele virá não como um advogado ou como um defensor, mas virá como um juiz. Ele virá não para defender os pecadores, mas para julgá-los segundo as suas obras. Naquele dia muitos tentarão fugir de sua presença, muitos, também, entarão a morte. A 2ª vinda Cristo será de grande alegria e vitória para todos os que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador, esse será um dia de recompensa, o dia em que todos os remidos estarão com Cristo para sempre.
Nesse dia, todos serão julgados, conforme suas obras, palavras, omissões e pensamentos.
O texto bíblico do livro de apocalipse que estamos meditando, nos fala sobre a maneira em que o Senhor Jesus virá: "E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiram-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES" (Apocalipse 19.11-16).
A segunda vinda de Jesus à terra, não será para perdoar pecados nem para levar a igreja; pois a igreja já terá sido arrebatada antes desse dia! No arrebatamento, Jesus receberá a igreja nos ares, acima das nuvens, oculto aos olhos humanos; isso num instante e sem sinais de aviso! Os mortos em Cristo ressuscitarão e os vivos em Cristo serão transformados (1ª Coríntios 15:51-53; 1ª Tessalonicenses 4:16-17). Na vinda de Jesus haverá muitos sinais!
Sinais inconfundíveis: "Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais" (Mt 24:21). "E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. E, então verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória" (Lucas 21.25-27).
Como vimos, a escatologia é uma parte da teologia que se preocupa com o fim. O nosso fim, bem como o fim do mundo todo. No caso, a escatologia cristã e bíblica, exprime a convicção de que a história inteira está nas mãos de Deus, o mesmo que a criou, e que só encontrará sua plenitude em Cristo Jesus, que é a personificação da promessa de Deus.
É essa promessa que nos induz a pensar e, é ela que nos induz a agir. Nesse sentido, o critério de toda afirmação sobre o futuro, de toda frase sobre o fim do mundo, de todo discurso sobre a morte, de todo enunciado escatológico, deve ser a própria mensagem de Jesus.
Deus, apesar de ser bom e de sua misericórdia alcançar todas as gerações, chegará o momento em que Ele deverá executar a sua justiça, pois Deus, além de ser amor, também é justiça. Assim como no julgamento de Jesus na cruz, também toda a criação responderá no juízo final.
O julgamento final tem o propósito de:
1) encerrar o cumprimento das promessas de Deus, após ter restaurado todas as coisas;
2) mostrar o seu poder e triunfo sobre o mal e o pecado;
3) mostrar que a vida eterna é para aqueles quem creram em Deus e o serviram; e
4) mostrar que a chamada “segunda morte” ou a morte eterna, conforme o livro de Apocalipse 20:14, é para aqueles que rejeitaram a Deus.
O estudo da escatologia deve levar o crente a:
1) ficar atento, vigiar e orar, para não ser pego de surpresa e viver cuidadosamente, porque ninguém sabe quando será volta de Jesus;
2) continuar pregando as boas novas de Jesus, a proclamar o dia do homem (a salvação), o dia do Senhor (a volta de Cristo) e o dia de Deus (o juízo final). É nosso objetivo discernir os tempos para que nosso espírito se entregue à vontade de Deus e a mais nobre tarefa da qual fomos incumbidos: anunciar a morte do Senhor, sua ressurreição e seu retorno a terra, no seguinte fundamento: “anunciais a morte do Senhor até que Ele venha” (1º Coríntios 11:26).
A certeza da 2ª vinda de Cristo, enche-nos de alegria e esperança, gerando uma postura de vida inteiramente de acordo com os seus princípios. Hoje é o dia da salvação. Após a vinda de Cristo, a história chegará ao seu fim, e o que fará a diferença de fato, é se temos ou não a Jesus Cristo como o nosso Salvador.
Pr. Dr. Gervásio Melquiades Gomes